Moda

A entrevistada: Ariana Nunes, 20 anos

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Ariana Nunes
P1. Quando começaste a praticar?
A:
Comecei em 2003, aos catorze anos.
P1.1. Porquê?
A: Sempre foi algo que gostei, e que a família e amigos me incentivavam a fazer. Entretanto, uma amiga inscreveu-me num concurso da revista Bravo para ser modelo por um dia, ganhei e a partir daí as coisas fluíram naturalmente. Fiz um curso de passerelle e fiquei agênciada!
P2. Quais foram as sensações?
A: Foram, aliás ainda são um turbilhão de emoções... Sentimo-nos deslumbrados por toda a beleza e glamour que nos envolve. Hà alturas em que acreditamos que somos realmente fantásticas e que podemos fazer tudo o que quisermos, mas nem sempre é assim, também existe o outro lado, a insegurança, a ansiedade, e todas as outras questões relacionadas com o culto do corpo e que tanto exigem de nós. É importante manter o equilíbrio emocional, para nos mantermos física e psicologicamente sãs e para encararmos com naturalidade a negação.
P3. Ainda praticas?
A:
Actualmente faço sobretudo publicidade, mas não descarto completamente a hipótese de voltar a fazer passerelle.
P3.1. Se não porquê?
P3.2. Gostarias de voltar/continuar a praticar?
A:
Sim porque é bastante gratificante, conhecemos pessoas fantásticas e vivemos situações que de outro modo, possivelmente nunca iríamos desfrutar.
P4. Na tua opinião, porque achas qe as pessoas desistem deste tipo de carreira?
A:
Há muita pressão, jogam com o teu corpo, com a tua imagem e inevitavelmente com a tua auto-estima. O conceito de beleza é extremamente subjectivo e nem sempre podemos corresponder aos padrões, acabando por andar um pouco à margem entre a sanidade e a loucura, ou porque temos de emagrecer, ou porque temos de manter, porque não temos horários nem garantias.
P5. Sentes-te realizada como modelo?
A: Sentimo-nos realizados quando fazemos o que nos dá prazer, por isso sim, não constantemente porque tal como a felicidade a realização pessoal e profissional exige empenho, trabalho, esforço... Mas seria impossível saborear as vitorias se nos fossem entregues de mão beijada, daí sentir-me extremamente feliz e realizada quando atinjo determinado objectivo, e apresso-me para atingir o próximo para fruir novas experiências e emoções.
P6. Qual o acontecimento que mais te marcou enquanto modelo?
A:
A primeira vez que desfilei. Estava extremamente nervosa, era muito novinha e ia bastante despida. Era o final de curso e sabia que estava ia ser avaliada, estava de tal maneira ansiosa que nessa noite nem dormi... Minutos antes do desfile tremia por todos os lados e receava cair e fazer mà figura, mas quando pisei a passerelle, o nervoso miudinho deu lugar à confiança, ao prazer... Correu muito bem, aliás tive nota A.
P7. O que é a arte para ti?
A: A arte é o prazer, a beleza, a emoção.
O prazer não só de ver, de observar, de cantar, de dançar, de escutar, de criar.
É a beleza das coisas, das pessoas, dos momentos.
É a emoção no mais amplo sentido desta palavra, são todos os sentimentos inerentes que culminam no prazer momentâneo. no êxtase